segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

sobre todos os sábados


Eu não quero mais um sábado amargo
Um sabado roxo e amargo
Com crianças e arraias
Na rua santa clara

Eu não quero mais um sábado torrando na cama
Suado
E gélido

Eu só quero mais um sábado
Pra provar os pratos da ferrovia
Olhar pela noite as mulatas
As mulatas corroendo a minha carne em samba

Eu só quero mais uma noite quente de sábado
Pra ferver gelada minha garganta
E cantar como se nunca houvesse
E ser toda a platéia
Toda passista
Toda rainha
Todo mestre
E toda bandeira

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

about ana

Para todos os efeitos, para todo o sempre e amém,
Para todas as crianças que nascem no seio do céu impossível
Para todas as palavras pensadas no quarto de ana
Para quem conhece ana
Para quem odeia a ana
E para aqueles, que  como eu, acham que ana deve ser odiada

E com todos os meninos inauditos
Lavados pelas águas e pelo elo do vento
Conseguiremos sem feitio heróico
Ganhar você
Comer você
Ligar pra tua mãe, teu pai, tua vizinha
E dizer que comemos você
E que nossos ossos os seus ossos os ossos deles
Nos pertencem mais que qualquer galho de noite

Me deixe penetrar o centro do filho
Me deixe ser o pai
E matar o pai nem vale mais o trocadilho
Provavelmente por que a mãe é puta
E bandeira
E martir
De alguma revolução sem brilho
Cheia de ideiais que deveriam ser ignorados

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

sobre nós

Creio sinceramente que acredito em várias coisas, isso quer dizer que especificamente não acredito em nada. minha cristandade irrefletida e intintiva, caseira, matriarcal luta contra uma racionalidade que não se passa por ateísta mas parece ultrapassar os pontos de vista de uma descrença anicristã propriamnete dita. Talvez possa chamá-la de um relaxamento ideológico. E esse é um sintoma da minha geração, o fato de descrermos no mais especifico não nos torna especialmente antiacreditadores.
Nascemos num mundo que rejeita num só lance o comunismo, diante do seu fracasso, e do capitalismo diante das suas consequências desastrosas. E da mesma forma concordamos com pontos de vista marxistas na sua análise do estado, e discutimos política tomando coca-cola.
Isso é mal? as gerações não podem ser julgadas por seus sujeitos. Mas posso dizer que não acho má essa plurivocidade. Com algumas ressalvas: um tal relaxamento ideológico pode recair facilmente numa alienação, palavra que está fora de moda mas que denota acertadamente o que quero dizer.
Somos uma geração de diplomatas, de Aires, mesmo assim o caminho do meio é bem turbulento.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Quando Nenhuma Asa Se Abre Sobre Nós

Ignorância é pessoal.
Opniões não justificam. Religiões não justificam.
-a propósito, as religiões são um solo bastante fértil para a criação de pessoas que simplesmente preferem se ater a ideias desparatadas e ofensivas.
-e essas ideias, difundidas nos lares, impunemente divulgada nas esquinas, não em sussurros, mas em letra bastão, gritada por pessoas que supostamente defendem o AMOR.
-palavra-faca.



AMOR A QUEM?