terça-feira, 2 de junho de 2015

Crônica




Crônica



Limpador de para-brisas para
enxergar melhor as lanternas
que piscam
indicando destinos curvas paradas suaves
bruscas
um canto pela máquina
o automóvel
através do retrovisor
faz todo o sentido

fizeram crescer a cidadezinha
hoje ela parece uma roupa mal cortada
enxertos de aço sobre a mornidão
desejo em argamassa
potencialmente destrutivo
uma hora
explode

uma certa sede
lateja no fundo da jarra
vazia
e na verdade eu não tenho por que
pedir perdão




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