terça-feira, 21 de abril de 2015

A Máscara



A MÁSCARA


Não caminho cabisbaixo pela rua
não há tristeza nos meus passos
nem se adivinha uma lágrima subjacente
no tremor inconstante da minha voz

sob as pálpebras não pressentiriam meus segredos
se por acaso observassem meu sono tranquilo
mas apesar disso tudo desmorono

olho para o lado e sorrio aos companheiros
aos poucos que sobraram e suportam meu abismo
ou o desconhecem ou me desconhecem ou secretamente
me desprezam o que seria também compreensível

nas noites chuvosas e nas noites estreladas
me cubro de arte e martírio
mas ao meio dia não provoco suspeitas

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