Seis da Tarde
O trânsito de qualquer cidade
as linhas de fuga do meu sangue
aparelho excretor e cimento
simulo a madrugada na raiz dos meus pelos
há veneno nas paredes
de engano em engano cresci em volúpia
já nem mais te reconheço
numa mensagem fria
escrita no chão
Manoel deixou Clarice
e foi pular o carnaval
virou notícia de jornal
mas o que ninguém aplaude é a lágrima
é o medo
que rasteja todas as noites entre os teus seios
ninguém está realmente livre
se o invisível nos conecta
ligou o player no aleatório
e deixou que o caos da máquina esposasse o caos da noite que grita
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