segunda-feira, 27 de abril de 2015

Soneto 2


Soneto 2



Persigo o tom de amarelo
que combina com as tuas costas
eu disse e virei do avesso
encarei o vazio na janela do quarto

há um escuro
uma sombra de pedra que adormece o centro da cidade em cinzas
eu gostaria de fugir desse cheiro de sal
mas todos os dias me lavo ponho uma roupa que não me serve e lambo a poeira das calçadas

há uma certa dignidade nessa senhora
ela anda com os olhos de quem foge há muitos anos
e sua roupa desenha torpedos nos satélites

não segure a minha mão pois ando muito cansado
queria a sorte dos pintores e violinistas
já que não há escola que te prepare para os terrores de uma palavra

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