segunda-feira, 20 de abril de 2015

Noturno 4



Noturno 4

A noite aspergida nos muros nos prédios
as calçadas são tobogãs para a sarjeta
você carrega teu corpo devagar em frente aos bares
os olhos pesados a testa em chamas

o tumulto de palmas me leva a loucura
fecho meus olhos e procuro a canção
que eu deixei molhada na mesa fria de ferro

o tempo passa rápido quando estou no teu devaneio
longínqua amiga tua lembrança me consome
- a água escorre inexorável para o ralo

as luzes piscam nas portas e te chamam-
longe das estrelas até dá pra se esquecer
que na verdade não somos parte da peça
que ensaiamos desde quando abrimos os olhos

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