Cinelândia
Cidade de poros
sob os pés dos edifícios
triste fauna triste flora
de concreto de tábua
animais de aço auto motivados
pela secura
Cidade mucosa
atropelas tua língua na brisa dos cruzamentos
um senhor observa
absorve suas telas
os leds das tuas favelas
observa tua viva fonte severa
de uma nova cidade
no iluminar de uma treva
carregavam o corpo sob um holofote
tão frio
depuseram o peso dos pelos sobre o chão
tão frio
mas os olhos dos ônibus não tem lágrimas ou interesse
só uma menina na contempla da janela
o espetáculo da poeira de todo o dia
de todos os dias a cor e o perfume
dor e costume que um vestido escondia
um dia serei grão e rolarei docemente
sob os véus e sobre a pele
do teu corpo dormente
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