Diurna
As viúvas de preto
as flores de vermelho
as avenidas de cinzas
os armários de mogno
as caroças de passos
lentos sob o sol de verão
a tempestade as gaivotas
os gritos na casa da morta
o sino do meio dia
a cabeça se esvazia
o pó da calçada
rasga a pupila dilatada
as sementes de milho
as colheitas de trigo
os nomes esquecidos
os hospitais os incêndios
devorando no caminho
até a voz guardada
no fosso da memória
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