sexta-feira, 17 de abril de 2015

Diurna




Diurna

As viúvas de preto

as flores de vermelho
as avenidas de cinzas
os armários de mogno
as caroças de passos
lentos sob o sol de verão

a tempestade as gaivotas

os gritos na casa da morta

o sino do meio dia

a cabeça se esvazia

o pó da calçada

rasga a pupila dilatada

as sementes de milho

as colheitas de trigo
os nomes esquecidos
os hospitais os incêndios
devorando no caminho
até a voz guardada
no fosso da memória

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