quinta-feira, 9 de abril de 2015

Contra-Reforma

                             
  CONTRA-REFORMA



Quando os olhos se abriram
não havia mais nada

haviam levado as colchas a memória dos óbitos
predarias crianças futuras
e o fino bordado de um lábio franzido
num beijo que esperava atrás da porta

Quando finalmente arejaram a sala
perceberam que não havia mais nenhuma menina
olhando por longos minutos a parede borrada onde havia um rosto

Me pergunto se teriam encontrado um cordão ou um grão
que desenhasse os passos de dança
ou que contasse a história dos sorrisos

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